quarta-feira, 17 de junho de 2009

A carioca velha

De cabelo pintado de acajou vistoso, só a porção das raízes que marcavam as fronteiras da testa eram de cor perlada. A pele, branquíssima, era um napron de veias azuis e rugas engelhadíssimas, de onde sobravam os olhos pintados do mesmo tom do cabelo. A carioca velha passeava o carrinho das compras, de xadrez cor-de-vinho e preto sobre o tecido azul escuro. Pela outra mão trazia docemente uma preta de cabelo branco e maçãs do rosto salientes, que lia devagar uma listinha. Na verdade, não era muito certo quem trazia quem.